domingo, 9 de setembro de 2018

2º DIA - Rolante - Tentativa Frustrada - 04/09/2018

A noite foi confortável, graças às acomodações. Infelizmente choveu a noite toda e quando levantamos ainda garoava sem parar. Tentando tirar o foco do que é negativo, descemos para o desjejum e na sequência, passamos a organizar nossas coisas no alforge. Antes de partir, fiz algumas fotos da pousada e de nossa nova amiga de Rolante.









Programação idealizada:
  • Viagem:            Rolante a Riozinho
  • Data viagem:    04/09/18 
  • Distância:         27 km
  • Tempo (bike):   5h00


Passaríamos entre os pontos 01 e 07


Diante de tudo, tínhamos a opção de lamentar ou prosseguir. Confesso que estava um tanto abalada devido ao clima. Para quem me conhece, sabe o quanto eu amo fazer fotos! Além de não ficar bonita, com este clima cinzento por trás, ainda corro o risco de danificar o celular. Mesmo assim não resisto. 




A pousada fica a aproximadamente 10 km da cidade. Durante o percurso, vimos  vários trechos alagados. 










Faltando 1 km para chegar na cidade, passamos por uma barreira com cones e bombeiros. 




Eles nos avisaram que provavelmente não conseguiríamos seguir em frente, em função de uma enchente que afetou vários pontos da cidade. Seguimos para conferir mais de perto. 




Neste momento, meu estômago embrulhou... me senti literalmente sem chão. A sensação que tudo tinha ido por 'agua abaixo' foi cruel. Imediatamente fiz contato com Dirceu, responsável pelo circuito e morador da cidade, com meu amigo Therbio e Adriane Mineto, da pousada Amborela. A alternativa mais obvia parecia ser seguir via rodovia até Riozinho. No entanto, perderíamos este belo trecho entre Rolante e Riozinho; isso não fazia muito sentido para mim. Os bombeiros voluntários nos diziam que, provavelmente, as águas baixariam até meio dia. Se assim fosse, talvez conseguiríamos seguir pelo caminho via circuito. No entanto, Adriane nos sugeriu ficar na cidade. Ela comentou que achava arriscado seguir em frente, visto corrermos o risco de ficar ilhados em algum ponto do caminho sem conexão para pedir socorro. Isso me pareceu razoável. 







Voltamos pedalando por 1 km até um posto de gasolina, a fim de conversarmos e tentar achar uma solução. 







O posto possui duas conveniências. Uma possui alimentação e a outra nos chamou atenção. É como se fosse uma base do circuito. Tem camiseta de bike, com o logo o caminho, e algumas fotos das atrações. 






Permanecemos ali por aproximadamente uma hora e nada mudou. Por isso, tomamos a decisão de seguir a sugestão dada por Adriane,  ou seja, dormir em Rolante, no centro da cidade, e seguir viagem no próximo dia. Faremos dois trechos para não prejudicar nossa logística. Cancelei a reserva desta noite na pousada Conduto, em Riozinho, e mantive a do sitio Amborela.








Conforme entramos na cidade a situação era assustadora. Tentamos passar por ruas alternativas, que não estivessem tomadas por águas, mas isso era quase impossível. 



Em frente a rua do hotel não estava alagado mas, para chegar lá, acabamos molhando os pés. 




Para nossa sorte, conseguimos pernoite no Hotel Tadiotto. Assim que instalados, imediatamente colocamos as roupas e os tênis molhados na varanda para secar e olhávamos para a situação, sem muito a esperar.




Apos algumas horas o astro rei voltou a brilhar! Isso ajudou muito. Saímos para dar uma volta no centro que, por ficar mais alto que o restante da cidade, estava seco. 








Soubemos por moradores que há um ano e meio a cidade foi devastada por 1,5m de lama, vinda de um deslizamento de terra na cabeceira do rio. Muitas pessoas perderam tudo e a cidade precisou praticamente ser reconstruída. Olhava em volta, para canteiros tão bonitos, tudo tão florido, pensando como este povo tem garra! Em pouco tempo isso se tornou apenas uma má lembrança de algo que acorreu no passado. Infelizmente hoje, novamente, passavam por mais  essa dificuldade. 

Na praça de Rolante, ao lado do rio, tem uma área de lazer com churrasqueiras e bancos. Neste momento estavam tomados pelas águas. 




A cidade de Rolante oferece algo inédito, ao menos para mim! Água fervendo na praça, para o chimarrão. Portanto, é só trazer a cuia e o mate, que a água é por conta da cidade. 




Descobrimos também que o cantor Teixerinha é natural da cidade. Portanto, sobre a fonte da praça, há uma estátua em homenagem ao famoso cantor. 




O clima estava realmente nos animando! As nuvens ficavam cada vez mais esparsas e o sol cada vez mais forte. 






Quando voltamos ao hotel, para nossa alegria, as águas haviam baixado. Nesta hora, como que parecendo formiguinhas, os moradores começaram a ir para o comércio, tirar a porta de contenção e limpar o que havia sujado. O caminhão dos bombeiros voluntários da cidade, começaram a lavar as ruas que, em bem poucas horas, estavam impecáveis, como se não tivesse havido uma enchente. 










Fiquei encantada com a agilidade desse povo!



Encontramos um restaurante aberto onde fizemos um lanche, sucedido por um jantar 'a la minuta'. O prato era enorme!








Saciados e felizes, voltamos ao hotel para descansar a fim de seguir nossa viagem no próximo dia, se for possível. 

Eu diria que este dia, apesar de não ter saído como planejado, foi de muitos aprendizados! Sinto uma gratidão imensa por ter tido essa experiência e ver de perto a garra deste povo batalhador. 

Custos:
R$ 50,00 Pousada Tadiotto
R$ 15,00 pasteis/refri
R$ 30,00 jantar

Total:

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